Nova vistoria em presídio palco de duas rebeliões apreende facas, celulares e droga em Aparecida de Goiânia
Uma nova inspeção na Colônia Agrícola do Regime Semiaberto de Aparecida de Goiânia, palco de duas rebeliões com 9 mortos este ano, apreendeu, nesta sexta-feira (12), facas, celulares e drogas com os detentos. Esta é a segunda vistoria feita na unidade este ano, a pedido da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O superintendente em Segurança da Direitoria Geral de Admnistração Penitenciária (DGAP), Jonathan Junio, afirmou que o material chega ao presídio porque a “estrutura é falha”. “Trabalhamos com estrutura falha, falta de agentes, com uma unidade perto da rua. Então facilita esses itens serem jogados dentro da unidade”, disse.
A vistoria foi feita nesta manhã por uma comissão composta pela Polícia Militar e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) e do Ministério Público Estadual (MP-GO). Durante a inspeção, o Batalhão de Choque da PM apreendeu 16 parelhos celulares, 5 baterias, 5 ceguetas, além de 11 facas artesanais e porções de maconha.
A Colônia Agrícola do Regime Semiaberto, que faz parte do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, teve duas rebeliões na última semana. A primeira, no último dia 1º, resultou na morte de nove detentos, deixou 14 feridos e levou à fuga de mais de 200 presos. A segunda rebelião do ano em Goiás, que ocorreu na mesma unidade, deixou um foragido. Dentre esses, 71 ainda não haviam sido recapturados.
A terceira rebelião deste ano ocorreu na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), do regime fechado, também localizada no Complexo, mas não levou a nenhuma fuga.
Visita da ministra
Cármen Lúcia visitou Goiás na segunda-feira (8). Ela chegou ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) por volta das 8h50. No local, se encontrou com autoridades como o presidente do órgão, Gilberto Marques Filho, e o governador do estado, Marconi Perillo (PSDB).
Estava prevista uma visita da ministra ao Complexo Prisional, onde ocorreram as três rebeliões. No entanto, a agenda foi cancelada por “questões de segurança”.
Durante o encontro, a ministra alertou para a gravidade da presença de facções criminosas e do tráfico de drogas nos presídios e pediu ações conjuntas e práticas das instituições. Ela também determinou que fosse feita a nova vistoria, realizada nesta manhã.
A ministra já havia ordenado uma vistoria na Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, onde ocorreram as duas primeiras rebeliões. O relatório com os resultados da inspeção apontou diversas irregularidades no Complexo Prisional.
Além disso, o CNJ já havia avaliado a Colônia e a Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG) e concluído que a unidade estava em “péssimas” condições. Atualmente, o complexo abriga quase três vezes mais presos do que a capacidade para a qual foi projetado.
Fonte: G1