MP e Codecon cobram explicações da Coelba sobre atendimento de má qualidade

 

 

Pagar a conta de energia continua sendo um problema para o baiano. Desde junho, quando as lotéricas deixaram de realizar o serviço, centenas de ouvintes como Deusdete, morador da Península de Itapagipe, procuram a Metrópole para denunciar as enormes filas e as frequentes quedas no sistema dos postos de atendimento. “A península é formada por 16 bairros, mas só tem um posto de atendimento. As filas são gigantescas”, reclamou.

Para se defender da chuva de reclamações, a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) garante que oferece mais de 4 mil pontos de atendimento em todo estado. Mas, segundo quem sofre nas filas, o número não tem sido suficiente. “Moro em Cajazeiras. Aqui não tem um lugar pra pagar a conta de luz. Tive que pagar a conta em Pau da Lima. Foi terrível! Passei o dia todo procurando um lugar para pagar”, criticou a ouvinte Daniela Silva.

Diante de tantas queixas, cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fiscalizar e punir os problemas no atendimento no estado, certo? Na teoria, sim. Mas segundo a Aneel, a Coelba não está cometendo nenhuma irregularidade — interpretação diferente da adotada pela Diretoria de Ações de Proteção e Defesa do Consumidor (Codecon), que notificou a companhia.

Quase três horas de fila 
O mês de julho chegou e o consumidor precisou, mais uma vez, suar — literalmente — para conseguir pagar a conta de luz, já que os pontos de atendimento são cada vez mais escassos, segundo os ouvintes da Metrópole. “Antes, nas lotéricas, era rapidinho. Agora, ficamos até três horas nas filas com apenas um caixa para atender. A população pede socorro”, reclamou o leitor Etevaldo Fraga.

Coelba está entre as mais reclamadas no Procon
Superintendente da Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor da Bahia (Procon-BA), Filipe Vieira afirmou que a Coelba é a 12ª empresa com mais reclamações no órgão, segundo levantamento realizado em 2018. “A Coelba já errou antes, quando não avisou que teria a suspensão dos pagamentos através das Casas Lotérica. E esse tipo de comportamento que prejudique o consumidor, o Procon não vai admitir”, disse.

Ao Jornal da Metrópole, a Coelba afirmou que o serviço deixou de ser feito nas lotéricas após a Caixa Econômica Federal aumentar 54% no valor da tarifa por fatura arrecadada. “As condições impostas pela Caixa inviabilizaram a renovação do convênio”, argumentou em nota. Mas o banco, por sua vez, garantiu que tem interesse em manter o recebimento . “Desde que os valores pagos a título de tarifas sejam compatíveis com os custos absorvidos pela Caixa”, afirmou o banco.

A Coelba defendeu ainda que os clientes contam com uma “ampla rede” de atendimento. “Mais de 4.000 locais de pagamentos em todo o Estado”, explicou.

“Ela não respeita a Bahia”
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Angelo Coronel (PSD), afirmou que as reclamações reforçam a tese de que o governo precisa retomar a gestão do serviço. “Não respeitam a Bahia. Queremos reestatizar [a Coelba]. Não é fácil, mas, se não melhorar, tem que voltar para o Estado. Tem que voltar o convênio com as lotéricas. Espero que Procon faça algo […] A Coelba hoje fatura mais com aluguel de poste do que com a conta de energia. Virou locadora de poste”, cobrou.

Aneel: Coelba pagou milhões em multas
Somente nos últimos cinco anos, segundo dados da Aneel, a companhia acumulou 15 processos com multas que chegaram a mais de R$ 1 milhão. Porém, as últimas mudanças tiveram o aval da Agência.

“A Coelba informou que possui uma rede de arrecadação própria, com mais de 700 pontos em todos os municípios do Estado. Esses locais de pagamento são os mais variados estabelecimentos comerciais, a exemplo de farmácias, mercadinhos, papelarias, dentre outros”, defendeu a Aneel em nota.

 

 

 

Fonte: Bocão News

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