Clássicos franceses do século XX marcam presença no Panorama Coisa de Cinema
A produção cinematográfica francesa do século XX estará representada por onze clássicos no XI Panorama Internacional Coisa de Cinema, que acontece em Salvador e Cachoeira, entre os dias 28 de outubro e 04 de novembro. A seleção inclui um dos marcos da Nouvelle Vague, movimento focado no cinema de autor, que teve seu auge entre as décadas de 50 e 60. O período é representado por “O Demônio das Onze Horas”, de Jean Luc-Godard (1965), um drama policial no qual um casal desafia convenções sociais.
Resultado de uma parceria do festival com a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, a mostra reúne “filmes que influenciaram não apenas a cinematografia francesa, mas cineastas de todo o mundo”, como ressalta o coordenador do Panorama, Cláudio Marques. Na sua avaliação, o Panorama tem ajudado a criar uma nova demanda pelo cinema antigo, com a inclusão de clássicos na programação desde a primeira edição, quase sempre exibidos em cópias restauradas e remasterizadas.
Outro destaque é “Carrossel da Esperança”, de Jacques Tati (1947), premiado no Festival de Veneza e no Grande Prêmio do Cinema Francês. A trama mostra um vilarejo recebendo um cinema ambulante que acaba por transformar aspectos do cotidiano local. François, o carteiro do lugar, assiste a um documentário e se encanta com o serviço postal americano e decide usar o método para agilizar a chegada das correspondências.
Algumas obras serão seguidas de debate com o crítico e pesquisador Adolfo Gomes, que apresentará ao público mais informações sobre os filmes e seus diretores. Uma dessas sessões reúne o curta “Viagem à Lua” (1902), de Georges Méliès, considerada a primeira ficção científica da história do cinema; e o longa “Olhos sem Rosto” (1960), de Georges Franju, no qual um cirurgião deseja remodelar o rosto da filha desfigurada após um acidente, mas para isso terá que arrancar a pele de outras garotas.
A exibição de “O batedor de carteiras” (1959), de Robert Bresson, também será acompanhada de debate. Considerado o exemplo máximo do método de Bresson, o filme é narrado com poucos movimentos de câmera e atores não profissionais, resultando em uma ficção que parece documentário. A trama traz um jovem que começa a bater carteiras por prazer e pela emoção do roubo, acaba fazendo disso uma compulsão.
A seleção de clássicos é completada com “Amores de Apache”, de Jacques Becker; “A grande ilusão”, de Jean Renoir, “O boulevard do crime”, de Marcel Carné; “O demônio da Argélia”, de Jean Gabin; “Desejos Proibidos”, de Max Ophüls; e “Van Gogh”, de
Michel Pialat. Com apoio de mídia do jornal Correio, o XI Panorama conta com o patrocínio da Petrobras e do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura do Estado da Bahia.