Ativista baiano demitido por Anielle Franco classifica ministra como “gigante” e diz sair de cabeça erguida
O jornalista baiano e ativista do movimento negro, Yuri Silva, foi demitido do cargo de secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial no Ministério da Igualdade Racial. De acordo com publicação do portal Metrópoles, o motivo da demissão feita pela ministra Anielle Franco seria a ligação entre Yuri e o advogado Walfrido Warde, que é próximo do ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O ex-ministro é acusado de ter praticado assédio sexual contra mulheres, inclusive a ministra Anielle.
Em nota publicada na rede social Instagram, o agora ex-secretário informou que seguirá para novos desafios após conversas com seus grupos políticos partidários e com o movimento social negro. “Deixo o Ministério da Igualdade Racial hoje, após 1 ano e 10 meses de muita luta para ajudar a estruturar esse projeto, que é sonho gestado pelo movimento negro desde a gloriosa Seppir. […] Na política, tudo passa. Um dia, a gente dorme e no outro a gente acorda. E é assim que devemos enxergar transições desse tipo. Elas são normais, corriqueiras e devem ser tratadas com essa tranquilidade”, afirmou.
O jornalista soteropolitano assumiu a secretaria no ministério em maio de 2024. Antes, ele atuou como diretor de Políticas de Combate e Superação do Racismo da pasta e já trabalhou com Walfrido como coordenador de Direitos Humanos do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (Iree).
Yuri relatou que foi uma honra trabalhar no ministério sob a liderança de Anielle Franco, a quem classificou como uma gigante. “Eu saio dessa tarefa política de cabeça erguida. Hoje passei nos dois prédios do ministério para me despedir pessoalmente de cada pessoa que acreditou em mim, na minha liderança política, na minha capacidade de articulação, na minha verdade, no sonho e no brilho que meus olhos trazem quando falo de movimento negro e das políticas para igualdade racial”, externou o ativista.
