Procura por método in vitro cresce 145% na Bahia

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Se o interesse pelo método caseiro vem crescendo, a procura por fertilizações in vitro tem seguido o mesmo caminho. Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre 2011 e 2016, o número de procedimentos deste tipo realizados no Brasil aumentou 149%. Na Bahia, o número saltou de 357 para 877 em cinco anos – um aumento de cerca de 145%.
Os dados da Anvisa mostram que, entre 2012 e 2016, o total de embriões congelados subiu de 30 mil para 66 mil. “Muitas mulheres que querem postergar a gravidez para idade mais madura adotam a prática de congelamento de óvulos, a fim de garantir que estes sejam saudáveis quando forem implantados no futuro, por meio de fertilização in vitro”, explicou o médico especialista em reprodução humana Marcos Moura.
Ele atribui à facilidade e segurança oferecidas pelos tratamentos de reprodução humana assistida o aumento da quantidade desses procedimentos realizados no país. A queda nos preços dos tratamentos também pode ser considerada um fator importante para esse crescimento, além do aumento de clínicas especializadas – são mais de 140 no Brasil.
O especialista em fertilização Ivan Penna, professor adjunto de ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, explica a diferença entre os métodos de inseminação intrauterina e fertilização in vitro.
“Na inseminação intrauterina, apenas selecionam o sêmen com o óvulo e fertilizam. Já na fertilização in vitro, é aumentada a potência do sêmen e ele é colocado na mulher que está ovulando. Os custos de inseminação variam entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, e da fertilização, de R$ 18 mil a R$ 24 mil”, afirma.
Novas regras
No último dia 9, o Conselho Federal de Medicina ampliou a possibilidade de cessão temporária de útero, a “barriga de aluguel”. A partir de agora, mulheres que não puderem levar a gravidez adiante poderão recorrer a sobrinhas ou a filhas para a gestação por substituição.
A resolução ainda abrange pessoas solteiras e casais homoafetivos: no caso de um casal feminino, uma das parceiras pode doar o óvulo e a outra o útero, sendo o embrião de um doador anônimo. Nos casos masculinos, são aplicadas as mesmas regras, mas apenas parentes são aceitos.
A nova regra formaliza a possibilidade de pessoas sem problemas reprodutivos recorrerem ao congelamento de gametas, embriões e tecidos.
Fonte: Jornal A Tarde