Sem dúvida sobre time, Carpegiani revela segredo contra ansiedade: jogo a jogo
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Foto: Thiago Pereira
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Normalmente, as coletivas dos técnicos ocorrem nas vésperas das partidas. Mas o técnico Paulo Cézar Carpegiani foi contra a tendência e concedeu entrevista nesta terça-feira, dia de reapresentação dos jogadores do Bahia. Ele explicou que a sexta-feira, dia em que tradicionalmente fala com a imprensa, é mais corrida. E mesmo com situações indefinidas, como a do zagueiro Lucas Fonseca, que saiu machucado do jogo contra o Fluminense, ele antecipou que não tem muitas dúvidas para a partida contra a Ponte Preta, marcada para domingo, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
– Essa é uma situação que, por incrível que pareça, desde o tempo em que eu cheguei, com um ou outro probleminha, temos os jogadores à disposição, com exceção do Matheus Sales, que foi expulso. Alguns jogaram, tenho um conhecimento melhor, mais profundo. Não tenho muita dúvida com relação ao time. Somente em relação ao ponta de lança, à manutenção do Régis ou o próprio Vinícius, ou, em uma eventualidade, os dois jogarem juntos. O Lucas [Fonseca] vem de uma sequência, até sexta pode estar resolvido – disse o treinador.
Com o empate com o Fluminense, na rodada passada, o Bahia chegou aos 39 pontos. Faltam seis pontos, ou seja, dois triunfos, para alcançar a pontuação que, em média, livra um time da ameaça de rebaixamento. A ansiedade é natural, mas Carpegiani tem a receita para combatê-la. Pensar jogo a jogo é a recomendação do técnico para o elenco não perder a concentração no objetivo principal.
– Falei para os meus jogadores. A gente tira essa ansiedade no dia do jogo, bastante tranquilos, que não pensem [na sequência]. Que se dediquem, que cada um exija mais da parte física. É uma época muito importante. Essa entrega, o algo mais que possam dar, será fundamental. Ansiedade é natural. É conveniente, natural, faz parte dos jogadores que estão na frente, jogando em grande equipe. É natural. Essa responsabilidade temos que demonstrar no domingo, temos a possiblidade de buscar a vitória. Fundamental conseguir os pontos o mais rápido possível. Não quero pensar nos próximos sete jogos, mas sim no jogo contra a Ponte, para depois pensar no jogo contra o Avaí.
O técnico tricolor também destacou a situação física do elenco. Carpegiani alertou que, por estar em fim de temporada, os atletas estão esgotados. Por isso, ele é obrigado a fazer substituições para preservar os jogadores, e tem poucas chances de promover mudanças de ordem técnica.
– Não quero entrar no jogo amarrado com alguma situação de quebrar minhas substituições. As substituições têm que ser técnicas. Em várias situações, as últimas têm sido de cansaço de jogadores. Foi o caso do clássico, do Mendoza. Pediu para sair. Do próprio Zé Rafael. Os dois foram os grandes jogadores da partida, mas cansaram e pediram para sair. E o torcedor questiona como posso tirar os dois. Não posso estar amarrado por essas situações. É um jogo muito importante, nesses cinco que fizemos, o da Ponte passa a ser o jogo mais importante do ano. Conclamamos a torcida para ser nosso 12º jogador, para impor o nosso ritmo e conseguir uma grande vitória.
O jogo contra a Ponte Preta será o sexto de Carpegiani no comando do Bahia. O histórico dele no Tricolor é de dois triunfos, dois empates e uma derrota. O aproveitamento é de 53%, número destacado pelo treinador.
– São 53%, falando só do aproveitamento nesses cinco jogos, mérito dos jogadores. Dá uma porcentagem que, se a gente repetisse essa campanha do início, teríamos 60,43 pontos. O líder tem 59 pontos. Isso você jogando três partidas fora, contra duas equipes que estão despontando, querendo ser campeões. Isso mostra o mérito dos jogadores, o crescimento. Vamos entrar agora em uma fase aguda, muito mais importante que o presente momento. Vamos precisar de todos, torcida, jogadores, para definir uma situação o mais rápido possível e aspirar uma coisa a mais.
O Bahia pode, nesta temporada, fazer a melhor campanha do clube na era dos pontos corridos. Em 2013, o Tricolor encerrou a Série A com 48 pontos. Neste ano, o time tem 39 pontos, com sete jogos a disputar pela competição.
Confira outras declarações de Carpegiani:
Recepção dos jogadores
– Estamos em final de temporada, entra um treinador novo, o início nem sempre é fácil, tem a inibição, falta de conhecimento que o técnico tem dos jogadores. Os jogadores têm mérito imenso. Eles aceitaram, fizemos os treinamentos, ainda estamos longe do que é o ideal, do que eu penso. Mas o mérito todo da campanha é deles, essa dedicação, entrega. Estamos em final de temporada; em algumas situações, passamos do limite físico, tenho que fazer substituições que o torcedor não entende. Devido ao desgaste. Da minha parte, gosto de tentar impor o ritmo. Peço que se imponha um rimo forte, recuperação de posse de bola. Isso muitas vezes exige desgaste maior da parte física. Eles não estão medindo esforços. Natural que no fim dos jogos sintamos um pouco mais.
Confrontos diretos
– Acho que a vantagem não é… Gostaria de contar com o que acho importante. Seis pontos tivemos contra o Vitória, o Fluminense. Nesses jogos de seis pontos, são fundamentais os três pontos. Vamos jogar com intensidade, sabendo que o outro lado vem da mesma forma, vamos resolver dentro de campo. Não vamos ganhar antecipadamente com minhas palavras. Tenho confiança nos jogadores.
Sem dúvidas
– Eu tenho vários jogadores que deram a coincidência de voltar quando cheguei. O Renê, que estava fora. Allione também. São jogadores que agora estão à minha disposição. Não posso passar ansiedade, estou sereno, tranquilo. Não tenho muitas dúvidas com relação ao time. Vamos trabalhar durante a semana para tentar impor nosso ritmo.
Neto no Fazendão
– Está querendo ser jogador de futebol. Tenho sete netos. Esse é o que mais tenta. Não sei se vai dar. Mas gosta muito. Tenho carinho especial pelos meus netos. Adoro crianças.
Importância do jogo a jogo
– Todo próximo jogo é o jogo mais importante. Na outra quarta, contra o Avaí, vai ser ainda mais importante. Nossa concentração é o próximo jogo. Se formos pensar no início, dos adversários que tínhamos pela frente, talvez não chegássemos perto do que conseguimos. Focamos no próximo adversário. Focamos no primeiro adversário, o Palmeiras, depois no Corinthians. Esse tem sido o mérito dos jogadores. Tira essa ansiedade. Temos a obrigação, fazer o dever de casa, tentar decidir o jogo.